Fim de tarde. Ele corria na orla. Ela foi ver o pôr-do-sol no farol como fazia sempre que tinha um tempo e coragem para sair de casa.
Se olharam, se reconheceram de imediato. Fazia tanto tempo... Tantos anos após aquela conversa no banco da escola.
Ela aos 13 anos, com a paixão acendendo pela primeira vez em seu peito. Ele chegou e a encontrou escrevendo versos de amor para ele. Envergonhada ela quis esconder, não deu tempo. Começaram a falar sobre Amor. Ele desconfiara? Ela não sabia.
- E ela é a sua alma gêmea?
- Não. Ainda não.
- E como você sabe?
- A gente sabe quando encontra a nossa alma gêmea. Quando a gente olha no fundo dos olhos dela e sente.
Ficaram ali parados, se olhando. Alguns segundos. Pareceu uma eternidade. Até que a namorada dele chegou e o levou dali.
Ela permaneceu ali parada naquele banco de colégio. 13, 15, 17, 20... muitos anos ela ficou a espera da sua alma gêmea.
Agora ali, o destino os colocou novamente frente a frente. Compraram uma água de coco e subiram para ver o sol se pôr. Conversaram sobre vários assuntos enquanto observavam a bela paisagem da praia da Barra até que ela disse:
- Sabe Lu, eu nunca esqueci daquela nossa conversa...
- A das almas gêmeas?
- Sim.
(Silêncio) Viraram-se para frente e ficaram a observar o sol que se punha nesse momento.
- Você já encontrou a sua?
- É, eu estou casado. E você?
- Eu, eu não acredito mais...
- Não acredita mais em almas gêmeas?
- Eu não acredito mais no Amor.
6 comentários:
Muito lindo seu texto, emocionante mesmo. Amei!
Abraços...
Putzgrila, eu amei o final... ele estava indo tão bonitinho, mas no final a gente leva um choque...rs.. e pior, concordo com os dizeres secos e racionais do desiludido...rs
Porque será né, Fá?
Obrigada!!!Deni...
Faço minhas as palavras do Fabrício...
Também faço minhas as palavras do Fabrício.
Mas pelo menos ninguém morreu, rs
beijos, fauzinha!
Sempre engraçadinha a senhora neh, D. Becca? rsrsr
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