POÉTICA DO COTIDIANO

Textos, Frases, Cartas, Poemas, Canções, Diálogos, Interrogações... Todas as palavras que preenchem o nosso dia-a-dia... com muita poesia!

terça-feira, abril 27, 2010

Se eu soubesse tocar violão...


Se eu soubesse tocar violão, cantarolava baixinho qualquer música sem sentido e sem rima e arrancaria dos seus lábios um lindo sorriso, que meus olhos guardariam e tornariam eterno.

quarta-feira, abril 14, 2010

SOBRE O CRIAR...



O ato de criar proporciona mais que prazer.

É uma necessidade.

É a natureza do artista se manisfestando,

a essência florescendo.

O artista não faz a criação

é ela que faz o artista.



Imcompreendida

domingo, abril 11, 2010

Diálogo

- Em quê você quer transformar as coisas?

- Eu quero transformar todas as coisas em palavras.

Reminiscências



A gente cresce e perde certos sentimentos bons sem se dar conta. Como a ansiedade do primeiro dia de aula numa escola nova, a curiosidade pra saber como as coisas funcionam por lá, a insegurança sobre o que vão achar de você, a dúvida se vai encontrar colegas legais... Tantas coisas que quando crescemos nem ligamos mais. Um sentimento incômodo na hora, mas que hoje é tão bom lembrar que dá até vontade de voltar a ter 14 anos, e infelizmente não dá, dá apenas para manter as lembranças.

sábado, abril 10, 2010

sexta-feira, abril 09, 2010

Pra começar: Arthur da Távola

Afinidade - Do Livro: "Alguém que já não fui"

"A afinidade não é o mais brilhante, mas o mais sutil, delicado e penetrante dos sentimentos.

O mais independente. Não importa o tempo, a ausência, os adiamentos, as distâncias, as impossibilidades. Quando há afinidade, qualquer reencontro retoma a relação, o diálogo, a conversa, o afeto, no exato ponto em que foi interrompido. Afinidade é não haver tempo mediando a vida. É uma vitória do adivinhado sobre o real. Do subjetivo sobre o objetivo.

Do permanente sobre o passageiro. Do básico sobre o superficial. Ter afinidade é muito raro.

Mas quando existe não precisa de códigos verbais para se manifestar. Existia antes do conhecimento, irradia durante e permanece depois que as pessoas deixaram de estar juntas.

O que você tem dificuldade de expressar a um não afim, sai simples e claro diante de alguém com quem você tem afinidade. Afinidade é ficar longe pensando parecido a respeito dos mesmos fatos que impressionam, comovem ou mobilizam. É ficar conversando sem trocar palavra.

É receber o que vem do outro com aceitação anterior ao entendimento.

Afinidade é sentir com. Nem sentir contra, nem sentir para, nem sentir por, nem sentir pelo.

Quanta gente ama loucamente, mas sente contra o ser amado. Quantos amam e sentem para o ser amado, não para eles próprios. Sentir com é não ter necessidade de explicar o que está sentindo. É olhar e perceber. É mais calar do que falar. Ou quando é falar, jamais explicar, apenas afirmar. Afinidade é jamais sentir por. Quem sente por, confunde afinidade com masoquismo.

Mas quem sente com, avalia sem se contaminar. Compreende sem ocupar o lugar do outro.

Aceita para poder questionar. Quem não tem afinidade, questiona por não aceitar. Só entra em relação rica e saudável com o outro,quem aceita para poder questionar. Não sei se sou claro: quem aceita para poder questionar,não nega ao outro a possibilidade de ser o que é, como é, da maneira que é.E, aceitando-o, aí sim, pode questionar, até duramente, se for o caso.

Isso é afinidade. Mas o habitual é vermos alguém questionar porque não aceita o outro como ele é. Por isso, aliás, questiona. Questionamento de afins, eis a (in)fluência.

Questionamento de não afins, eis a guerra. A afinidade não precisa do amor. Pode existir com ou sem ele.Independente dele. A quilômetros de distância.Na maneira de falar, de escrever, de andar, de respirar.Há afinidade por pessoas a quem apenas vemos passar, por vizinhos com quem nunca falamos e de quem nada sabemos.Há afinidade com pessoas de outros continentes a quem nunca vemos, veremos ou falaremos. Quem pode afirmar que, durante o sono, fluidos nossos não saem para buscar sintomas com pessoas distantes, com amigos a quem não vemos, com amores latentes,com irmãos do não vivido? A afinidade é singular, discreta e independente,porque não precisa do tempo para existir.

Vinte anos sem ver aquela pessoa com quem se estabeleceu o vínculo da afinidade!

No dia em que a vir de novo, você vai prosseguir a relação exatamente do ponto em que parou.

Afinidade é a adivinhação de essências não conhecidas nem pelas pessoas que as tem.

Por prescindir do tempo e ser a ele superior,a afinidade vence a morte, porque cada um de nós traz afinidades ancestrais com a experiência da espécie no inconsciente. Ela se prolonga nas células dos que nascem de nós, para encontrar sintonias futuras nas quais estaremos presentes. Sensível é a afinidade. É exigente, apenas de que as pessoas evoluam parecido. Que a erosão, amadurecimento ou aperfeiçoamento sejam do mesmo grau, porque o que define a afinidade é a sua existência também depois. Aquele ou aquela de quem você foi tão amigo ou amado, e anos depois encontra com saudade ou alegria, mas percebe que não vai conseguir restituir o clima afetivo de antes, é alguém com quem a afinidade foi temporária. E afinidade real não é temporária. É supratemporal. Nada mais doloroso que contemplar afinidade morta, ou a ilusão de que as vivências daquela época eram afinidade.A pessoa mudou, transformou-se por outros meios.

A vida passou por ela e fez tempestades, chuvas, plantios de resultado diverso. Afinidade é ter perdas semelhantes e iguais esperanças, é conversar no silêncio, tanto das possibilidades exercidas, quantos das impossibilidades vividas. Afinidade é retomar a relação do ponto em que parou, sem lamentar o tempo da separação. Porque tempo e separação nunca existiram. Foram apenas a oportunidade dada (tirada) pela vida,para que a maturação comum pudesse se dar.E para que cada pessoa pudesse e possa ser, cada vez mais,a expressão do outro sob a forma ampliada e refletida do eu individual aprimorado."

Arthur da Távola



- Com quem realmente você tem afinidade? Não deixe isso se perder.



Musa


Texto dedicado aos meus grandes, pequenos, novos, antigos, virtuais e reais amigos, pertos ou distantes.

Apresentação

Então, que era pra ter um textinho bonitinho aqui, explicando o porquê do novo blog, a mudança, o porquê do nome "Poética do Cotidiano", mas já que ele não sai, inauguremos assim mesmo. rsrs Esse é meu novo Blog, não deletarei o antigo, quem sabe um dia dê vontade de voltar pra ele, a gente nunca sabe, não é? Mas, por enquanto postarei por aqui, coisas do dia-a-dia, palavras minhas e alheias, músicas, poemas, coisas bonitas, outras nem tanto, mas sempre buscando o que houver de poético.

Então é isso!

P.S.: A Musa não sou eu, é alguém que me inspira.