Foram apenas três encontros, e ela estava assim apaixonada. Três encontros, pelo menos por enquanto, como podia tanta paixão, pensava Lúcia. É bem verdade que no primeiro ela já estava encantada. Também só podia, ele falava-lhe coisas que tocavam seu coração, elogiava o Amor, falava de filosofia existencialista. Ah! E como ela gostava de filosofia, principalmente existencialista. Adorava Sartre e seus tratados sobre o ser, o nada, o tudo... a angústia de saber a vida sem sentido. Angústia essa que ela sentira desde sempre. Se pudesse teria se dedicado mais ao estudo da filosofia, no entanto coisas da vida lhe impediram: trabalho, marido, filhos, sabe como é, né?
No segundo encontro, ele continuava falando-lhe de Amor, desta vez um outro tipo de Amor. Amor materno. Amor espiritual. Acima das coisas terrenas e das explicações humanas. Ele contava sempre histórias de personagens diferentes, profundos, que se sentiam inadequados e desamparados no mundo. Histórias de Amor e dedicação. E ela se identificava com todos e com cada um. E ia se apaixonando por ele cada dia mais.
O terceiro encontro, depois de algum tempo após o segundo, foi diferente. A conversa foi mais leve e até divertida. Através de um personagem acossado, trapaceiro, enganador e destemido, ele quis dizer-lhe que o Amor deve ser fazer presente, sempre. Que deve-se amar uma pessoa independente do que ela seja. Deve-se amar incondicionalmente.
E depois de todos esses diálogos, ela ficou pensando em sua vida. E concluiu: Ah! Godard Je T’aime! E agora aguarda, ansiosa, um próximo encontro.
Fau Ferreira 19/05/2010
"Alguém me sugere um título??? não gostei muito deste não..."
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