Quando eu imagino meu futuro, eu
me vejo sozinha. Uma ligação de uma amiga, um livro, um carro, morangos mofando
num apartamento quase sem móveis, um fogão sem uso, geladeira apenas com sucos
e algumas garrafas de vinho, essas serão minhas companhias.
E talvez, eu possa sair às ruas a
contemplar o céu, dia ou noite, o que eu mais gosto de fazer. E observar para
onde correm as pessoas com suas vidas cheias de sentido e, talvez, eu possa ter
alguma ideia vaga da minha falta de sentido ou entender o porquê de tanta pressa
que eu nunca tive por ter tempo de sobra e não saber o que fazer com ele.
Talvez, quando ficar velha, eu
consiga realmente encontrar a felicidade, tão desejada na juventude. Porque na velhice podemos ser realmente como sempre desejamos, mas não tivemos coragem.
A culpa, talvez, vá embora e seja
apenas uma vaga lembrança no mesmo baú em que se encontra o sorriso dos amigos
já idos para outro plano ou outro país, dos amores possíveis e nunca possíveis,
dos sonhos não realizados, das vivências nunca sonhadas. Posso escrever um
livro de memórias ou autoajuda que nunca será publicado ou talvez seja, mas que
sirva apenas para aliviar as dores acumuladas por muito tempo.
Talvez seja tudo mais simples,
talvez tudo fique complexo. Talvez as reminiscências sejam o que mais importa,
talvez eu, finalmente, aprenda a viver um dia de cada vez. Mas, há uma certeza:
o vazio permanecerá.
2 comentários:
Vc nasceu pra escrever... Vá por mim, eu sei do que to falando!!!! Beijos, Drica, amiga e fã.
O Texto eu amei, mas deu um sentimento ruim, sei lá, odeio ficar velho, mas ficou lindo o texto, chegou a ser até uma homenagem a isso de envelhecer, dos sonhos perdidos. Poxa, ainda bem que mandou o link, valew.
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