Eu sempre fui exatamente aquilo que
você pensava sobre mim. Sim, com você eu era uma personagem, mas não uma das tantas
que eu criava. Aquela era a personagem que você criara e me colocara como atriz
principal do seu filme.
Eu fazia questão de seguir corretamente
o roteiro, as falas, o choro, o sorriso, era tudo dentro do script. Eu ficava alegre
em ser aquela inventada por você e atuava direitinho, o que te fez acreditar que
eu era de verdade como você sonhava.
Mas, quando o sonho virou pesadelo
e você inventou a face ruim de mim, eu tive que representá-la, tão envolvida no
jogo já estava. Não saberia ser diferente, não com você. Não poderia inventar outra
personagem, era você que tinha o poder de criar na nossa história. E esse foi o
nosso fim.
Fau F.
Eu sempre fui exatamente aquilo que você pensava sobre mim. Sim, com você eu era uma personagem, mas não uma das tantas que eu criava. Aquela era a personagem que você criara e me colocara como atriz principal do seu filme.
3 comentários:
Incrível como isso cabe para todas as mulheres...
Na realidade, isso faz com que a gente reflita o quanto somos ou não donas da situação. Muitas vezes achamos que estamos dominando, decidindo e, na verdade, eles conseguem atuar naquilo mais nosso: nossa personalidade, nossa identididade.
Isso é grave!!!
Fau, tens uma habilidade nata com as palavras! Parabéns!!
Acho que ela acabou se eximindo um pouco da responsabilidade, não gosto muito dessa ideia.
Acho que ela também tinha poder de criar a história, mas a grande questão é se realmente era saudável uma relação em que ela se sentia somente uma personagem, uma atriz, mesmo que principal.
Mas adorei a leitura, o texto, o encaixe, a musicalidade... Como sempre neh? :)
Sensacional, Fau!!! Muito tocante e profundo...
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