Ela cresceu acreditando que os homens são melhores que as mulheres, mais fortes e com mais sorte. Sempre desejou na próxima encarnação nascer homem.
O mundo masculino sempre despertou nela mais admiração que o universo feminino – carros, futebol e jogo de dominó.
Então, ela ensinou a sua mente a pensar como homem, ser prático, nada de romantismos, não dá muita importância às pequenas coisas, acreditar que dinheiro era fundamental e que sentimentos não deviam ser revelados.
Apesar de não perder a feminilidade, usar saias, vestidos, bolsas, salto alto e maquiagem, ela chegou a ouvir de um amigo: - Você é mais macho do que eu.
Uma noite ela teve um sonho com uma borboleta que lhe mostrou a beleza da alma feminina. Ela acordou encantada com o sonho e com a linda paisagem que vira.
A partir deste dia, ela decidiu Ser Mulher.
Ser mulher “de verdade”, em seu sentido mais completo.
Ser mulher que não dá o braço a torcer quando tem certeza de suas convicções, mas que é capaz de se derreter em lágrimas só de assistir a um filme no cinema;
Mulher que leva horas escolhendo a cor do batom e do esmalte, da roupa, da calcinha, porém sai correndo feito uma desesperada para socorrer os amigos;
Que gosta de assistir a lutas de boxe, mas prefere ir ao show de Vander Lee;
Que fala dos seus sentimentos, mas, muitas vezes esconde as lágrimas;
Mulher que dá a cara pra bater, e bate, se for necessário, mas que nunca deixa de ver a outra face da moeda;
Que faz tempestades em copos d’água, mas que sempre supera, e se supera;
Que gosta de futebol, mas não sai de casa sem batom e óculos escuros;
Que se valoriza e, por isso mesmo, valoriza os outros;
Que chora descontroladamente por falta de atenção e rir descontroladamente conversando besteiras ao telefone, ou sozinha na frente do computador;
Mulher que tem sonhos, que ama poesia, cinema e música;
Que quer viajar o mundo inteiro e ainda assim casar e ter filhos, e ser feliz pra sempre;
Mulher que tem sorte, mas que acima de tudo, escolheu o Amor!
Observações da postagem inicial em 06/06/2008
Esse texto era pra ser uma homenagem, e é, mas acabou não sendo uma e sim várias:
Pra começar, homenagem ao Carlinhos Ribeiro, novo grande amigo, que pela conversar e pelo depoimento me inspirou a escrever o texto;
À Marcella Facó – início de uma amizade – que foi o “tema” da conversa que inspirou o texto.
Para Rô, grande amigo também, que por muitas vezes, fez e faz, o papel da borboleta e me ajudou a descobrir o que é ser mulher e que mostrou a importância de ser uma mulher “de verdade”, de crescer e de assumir quem sou;
Para Du, que também é uma das minhas borboletas e que me mostra sempre que posso contar com ele;
Para Tom, que um dia me disse que eu precisava ser mulher no sentido mais amplo da palavra;
Enfim, para todos que participam – ou participaram – da vida minha vida e que me ajudaram de alguma forma a ser quem sou hoje e sei que todos me ajudaram de alguma forma, pelo Amor ou pela dor.
Por fim, a todas as mulheres “de verdade”, que ajudam a tornar este mundo mais belo e mais sensível, e aos homens que não tem vergonha de mostrar e viver seu lado sensível também, mesmo que só de vez em quando.
P.S. Acho que hoje eu superei... e, me superei... rsrssrs
A todos um abraço,
Imcompreendida